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Pleistoceno


Paleoartes:

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Introdução

O Pleistoceno é um período geológico que integra a era Cenozoica, dentro do Quaternário, estendendo-se aproximadamente de 1,8 milhão até cerca de 11 mil anos atrás. Trata-se de uma época marcada por profundas transformações climáticas e biológicas, com grande relevância para a compreensão da história recente da Terra e da evolução da humanidade.

A biota pleistocênica já apresentava características modernas. Muitos gêneros e espécies de coníferas, musgos, plantas com flores, insetos, moluscos, aves e mamíferos existentes na atualidade já estavam presentes nesse período. No entanto, o Pleistoceno também se destacou pela presença de megafauna, isto é, animais de grande porte, como mamutes, mastodontes, bisões, preguiças-gigantes e tigres-dente-de-sabre. A extinção de grande parte desses animais ao final do período constitui um dos principais temas de investigação científica atual.

Durante o Pleistoceno ocorreram os eventos glaciais mais recentes da história do planeta, conhecidos como idades do gelo. Extensas áreas das zonas temperadas foram periodicamente cobertas por geleiras durante os períodos glaciais frios, e novamente expostas nos intervalos interglaciais mais quentes, quando as geleiras recuavam. Essa dinâmica teve grande impacto sobre a geografia, a distribuição dos seres vivos e as condições de vida.

Apesar da intensidade dessas mudanças ambientais, acredita-se que elas, isoladamente, não tenham sido responsáveis pela extinção da megafauna. Espécies de grande porte conseguiram sobreviver a múltiplos ciclos de glaciação ao longo do Pleistoceno. Nesse contexto, surgiram outras hipóteses para explicar as extinções ocorridas no final do período.

Uma teoria controversa, proposta inicialmente na década de 1960, atribui papel significativo aos seres humanos modernos (Homo sapiens), cuja dispersão global também se intensificou durante o Pleistoceno. De acordo com essa hipótese, a caça excessiva praticada por populações humanas teria contribuído para o desaparecimento de várias espécies. A correlação entre a chegada dos humanos e as extinções, observada em diferentes continentes, confere plausibilidade à ideia, embora ainda se questione se as populações humanas da época possuíam densidade populacional e tecnologia suficientes para provocar tais impactos.

Outra linha de investigação sugere a atuação de epidemias como fator causador das extinções, enquanto muitos especialistas consideram mais provável que múltiplas causas tenham atuado de forma combinada entre elas, mudanças climáticas abruptas, pressões antrópicas e doenças infecciosas.

A abundância e o bom estado de preservação dos fósseis pleistocênicos, associados a técnicas de datação cada vez mais precisas, tornaram esse período particularmente valioso para os estudos de paleoclima. Fósseis de micro-organismos como diatomáceas e foraminíferos, além de grãos de pólen, têm fornecido informações detalhadas sobre as condições ambientais do passado.

Diante dos atuais debates sobre mudanças climáticas globais, como o aquecimento global e seus possíveis efeitos, as pesquisas paleontológicas sobre o Pleistoceno assumem um papel fundamental. Elas oferecem dados importantes sobre como a fauna e a flora responderam a eventos climáticos extremos, contribuindo para projeções sobre o futuro do planeta.

Geologicamente, o período também foi marcado por eventos tectônicos relevantes, como a Orogênese Cascadiana, responsável pela formação de cadeias montanhosas em regiões do oeste da América do Norte.

No panorama biológico, observa-se uma tendência de declínio na diversidade dos grandes mamíferos, enquanto os grupos humanos se encontravam na chamada Idade da Pedra, utilizando ferramentas líticas e desenvolvendo formas iniciais de organização social. No reino vegetal, as glaciações favoreceram o surgimento de florestas com árvores de grande porte, adaptadas a climas temperados.

Lista de Animais que Viveram Nessa Época