Atlas Virtual da Pré-História

Leão Marsupial

(Thylacoleo carnifex)

Leão Marsupial  - AVPH

Paleoartes:

- AVPH

- Roman Yevseyev

Animação

Introdução

O Leão Marsupial (Thylacoleo carnifex) foi um dos maiores predadores da megafauna australiana durante o Pleistoceno. Endêmico da Austrália, habitou o continente entre aproximadamente 2 milhões e 46 mil anos atrás, ocupando ambientes variados, como florestas abertas, regiões arbustivas e áreas de clima mais seco. Considerado o principal superpredador da fauna australiana, destacava-se por possuir uma combinação singular de força, especialização carnívora e capacidades de escalada, desempenhando papel ecológico semelhante ao de grandes felinos em outras partes do mundo.

Etimologia

O nome científico Thylacoleo carnifex deriva do grego e do latim: “thylakos” (bolsa ou saco), “leo” (leão) e o epiteto específico “carnifex” (carrasco ou carniceiro). Portanto, o nome pode ser traduzido como “leão carniceiro com bolsa”, referência direta ao fato de ser um marsupial predador de grande porte, dotado de características carnívoras marcantes.

O nome científico Thylacoleo carnifex deriva do grego e do latim: “thylakos” (bolsa ou saco), “leo” (leão) e “carnifex” (carrasco ou carniceiro). Portanto, o nome pode ser traduzido como “leão carniceiro com bolsa”, referência direta ao fato de ser um marsupial predador de grande porte, dotado de características carnívoras marcantes.

Descrição

O Leão Marsupial era um predador de porte médio a grande, pesando entre 100 e 160 kg, com aproximadamente 1,5 metro de comprimento. Sua anatomia era altamente especializada para a predação: possuía mandíbulas excepcionalmente poderosas, consideradas algumas das mais fortes proporcionalmente entre os mamíferos, capazes de gerar grande pressão de mordida. Os dentes incisivos eram grandes e afiados, funcionando quase como “lâminas”, enquanto os pré-molares comprimidos lateralmente formavam estruturas cortantes semelhantes a tesouras.

Os membros anteriores eram robustos e equipados com grandes garras retráteis, incluindo um primeiro dedo opositor, que aumentava sua capacidade de agarrar presas. Essa adaptação, incomum em marsupiais, sugere um predador que emboscava suas presas e as subjugava com força considerável. Há evidências de que podia escalar árvores, o que ampliava sua estratégia de caça, permitindo ataques surpresa a animais de grande porte, como cangurus gigantes e diprotodontes. Sua cauda musculosa e rígida, juntamente com membros posteriores fortes, indicam que conseguia se apoiar parcialmente nela, usando-a como ponto de estabilização enquanto atacava com os membros dianteiros.

Descoberta

Os primeiros fósseis de Thylacoleo carnifex foram identificados no século XIX, quando Richard Owen descreveu a espécie com base em crânios e mandíbulas encontrados em cavernas do sul da Austrália. Desde então, descobertas adicionais em locais como a Caverna Naracoorte e a região de Nullarbor revelaram esqueletos mais completos, permitindo compreender melhor sua anatomia e modo de vida. Marcas de garras atribuídas à espécie foram encontradas em paredes de cavernas, indicando comportamento escalador e uso frequente de cavernas como abrigos ou locais de atividade predatória.

Os fósseis sugerem que o declínio da espécie coincidiu com a extinção da megafauna australiana, aproximadamente 46 mil anos atrás. As possíveis causas incluem mudanças climáticas, redução de habitat e pressões humanas, embora o debate permaneça aberto.

Classificação

Thylacoleo carnifex pertence ao Reino Animalia, Filo Chordata, Classe Mammalia, Ordem Diprotodontia, Família Thylacoleonidae, Gênero Thylacoleo e Espécie Thylacoleo carnifex. Apesar de ser um predador extremamente especializado, sua linhagem deriva de ancestrais herbívoros da ordem Diprotodontia, que inclui atualmente os coalas e vombates. Essa origem peculiar faz de Thylacoleo carnifex um exemplo único de convergência evolutiva, no qual um grupo predominantemente herbívoro deu origem ao maior predador marsupial conhecido.

Dentro de sua família, representa a forma mais derivada e robusta dos thylacoleonídeos, um grupo extinto de marsupiais carnívoros caracterizados por dentes especializados para cortar carne. Espécies menores e mais antigas do gênero Thylacoleo são conhecidas no registro fóssil, indicando uma tendência evolutiva ao aumento progressivo do tamanho corporal e da especialização predatória.

Dados do Marsupial:

  • Nome: Leão Marsupial
  • Nome Científico: Thylacoleo carnifex
  • Época: Pleistoceno
  • Local onde viveu: Austrália
  • Peso: Cerca de 160 quilogramas
  • Tamanho: 0,8 metros de altura e 1,5 metros de comprimento
  • Alimentação: Carnívora

Classificação Científica:

  • Reino: Animalia
  • Filo: Chordata
  • Classe: Mammalia
  • Infraclasse: Marsupialia
  • Ordem: Diprotodontia
  • Família: †Thylacoleonidae
  • Gênero:Thylacoleo
  • Espécie:Thylacoleo carnifex Owen, 1859.

Referências:

  • - Evans, A. R.; Wells, R. T.; Camens, A. B. (2018). "New skeletal material sheds light on the palaeobiology of the Pleistocene marsupial carnivore, Thylacoleo carnifex". PLOS ONE. 13 (12) e0208020. Bibcode:2018PLoSO..1308020W. doi:10.1371/journal.pone.0208020. PMC 6291118. PMID 30540785..
  • - Figueirido, Borja; Martín-Serra, Alberto; Janis, Christine M. (2016). "Ecomorphological determinations in the absence of living analogues: The predatory behavior of the marsupial lion (Thylacoleo carnifex) as revealed by elbow joint morphology" (PDF). Paleobiology. 42 (3): 508–531.
  • - Owen, Richard (1 January 1859). "XVI. On the fossil mammals of Australia.— Part I. Description of a mutilated skull of a large marsupial carnivore (Thylacoleo carnifex, Owen), from a calcareous conglomerate stratum, eighty miles S. W. Of Melbourne, Victoria". Philosophical Transactions of the Royal Society of London. 149: 309–322.
  • - Wroe, S.; Myers, T. J; Wells, R. T.; Gillespie, A. (1999). "Estimating the weight of the Pleistocene marsupial lion, Thylacoleo carnifex (Thylacoleonidae:Marsupialia): Implications for the ecomorphology of a marsupial super-predator and hypotheses of impoverishment of Australian marsupial carnivore faunas". Australian Journal of Zoology. 47 (5): 489–98. doi:10.1071/ZO99006. ISSN 0004-959X.