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Paleoantropologia: A Origem e a Evolução Humana

Introdução

Ao longo da história, vestígios como armas, habitações, vestimentas e registros primitivos nos revelam que existiram dezenas de espécies de primatas muito semelhantes a nós. Com o passar de milhares de anos, novas espécies foram surgindo, cada vez mais adaptadas ao ambiente e mais próximas da forma humana moderna, substituindo as anteriores através de processos naturais de seleção e adaptação, culminando no surgimento do Homo sapiens.

Diante dessas evidências, somos levados a refletir sobre a contínua evolução das espécies, cada uma lutando para sobreviver e se adaptar da melhor maneira possível às condições de seu tempo. Esse processo evolutivo, que se desenrolou ao longo de milhões de anos, transformou nossos ancestrais primatas nos seres humanos modernos. Entender essa jornada significa estender nossas mãos em respeito aos nossos "irmãos evolutivos" e ampliar nossa mente para compreender melhor nossa própria origem, natureza e a nossa "criação". A seguir, convidamos você a conhecer algumas dessas fascinantes espécies. (Clique nas imagens ou nos nomes para saber mais sobre cada uma delas.)

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7,2 milhões de anos atrás

A jornada da evolução humana começa há cerca de 7,2 milhões de anos, quando um ancestral comum nosso se separou da linhagem dos chimpanzés. Evidências sugerem que alguns desses primeiros hominídeos migraram da África para a Europa. No entanto, tudo indica que a linhagem que deu origem aos seres humanos modernos continuou seu desenvolvimento na África. Por volta de 7 milhões de anos atrás, surgia nas florestas africanas o primeiro primata conhecido com características bípedes (Sahelanthropus tchadensis), marcando o início da fascinante história da evolução humana.

Naquele tempo, a região do atual Chade, no sul do Saara, onde o Sahelanthropus tchadensis surgiu, era muito diferente do vasto deserto que conhecemos hoje. Durante o final do Mioceno, o ambiente era composto por extensas savanas arborizadas, com áreas de florestas tropicais intercaladas por lagos e rios permanentes. O clima era mais úmido, sustentando uma rica biodiversidade. Elefantes primitivos, hipopótamos, crocodilos, grandes felinos e ancestrais dos gnus e zebras habitavam essas planícies verdejantes. A vida para os primeiros hominídeos era desafiadora, além da necessidade de buscar alimento e água, eles precisavam constantemente se proteger de predadores poderosos, como grandes felinos carnívoros e aves de rapina. Foi nesse ambiente de abundância e perigos constantes, que os primeiros passos rumo à humanidade começaram a ser dados.

6,0 milhões de anos atrás

Com o passar dos milênios, o hábito de andar ereto foi sendo lentamente desenvolvido entre os primeiros primatas. Mesmo após cerca de 1 milhão de anos desde os primeiros passos bípedes, por volta de 6 milhões de anos atrás, a marcha ainda não havia se consolidado plenamente. No entanto, o gradual domínio da postura ereta começava a liberar as mãos, permitindo o surgimento de atividades mais refinadas e o início das habilidades manuais que seriam fundamentais para a trajetória humana.

Foi nesse período que viveu o Orrorin tugenensis, na região de Tugen Hills, no atual Quênia. Durante o final do Mioceno, o ambiente dessa área era caracterizado por um mosaico de florestas abertas, campos gramados e bosques, intercalados com áreas mais densas de vegetação. Lagos e pequenos cursos d'água eram comuns, sustentando uma rica fauna composta por grandes herbívoros, predadores e primatas. O clima, embora mais seco do que nos períodos anteriores, ainda permitia a existência de florestas úmidas em algumas zonas. Nesse cenário de transição ecológica, onde mudanças climáticas favoreciam ambientes mais abertos, o desenvolvimento de uma locomoção bípede parcial representava uma vantagem, permitindo que os ancestrais humanos percorressem maiores distâncias em busca de alimento e segurança.

5,2 milhões de anos atrás

A alimentação desempenhou um papel fundamental na evolução dos primeiros primatas hominídeos. A análise dos dentes e mandíbulas fósseis permite aos cientistas entender o tipo de dieta que essas espécies seguiam e, a partir disso, reconstruir aspectos importantes de seu estilo de vida. Por volta de 5 milhões de anos atrás, observa-se uma tendência evolutiva significativa: a redução gradual do tamanho dos caninos. Essa mudança não apenas indicava uma dieta mais diversificada, menos dependente da agressividade para disputas, mas também favorecia o fortalecimento dos laços sociais e da convivência em grupo.

Foi nesse contexto que viveu o Ardipithecus kadabba, encontrado na região de Afar, na atual Etiópia. Naquele período, durante o fim do Mioceno e início do Plioceno, o ambiente de Afar era bem diferente da paisagem árida atual. A área era dominada por florestas tropicais abertas, misturadas com extensas áreas de savanas e zonas pantanosas. Pequenos rios e lagos cortavam a paisagem, sustentando uma abundante vida animal, como antílopes primitivos, crocodilos e grandes aves. O clima, relativamente quente e com estações alternadas de seca e chuva, favorecia a diversidade ecológica. Neste cenário dinâmico, a locomoção bípede e a adaptação alimentar diversificada foram chaves importantes para a sobrevivência e a continuidade da linhagem humana.

4,5 milhões de anos atrás

Há 4,5 milhões de anos atrás, mudanças morfológicas nos pés auxiliaram na evolução do andar ereto. A estrutura corporal também se tornou mais ereta, facilitando o equilíbrio do corpo durante o caminhar e mudanças faciais tornaram o rosto mais plano, dando características mais humanoides a esses primatas.

4,0 milhões de anos atrás

Depois de passados 500 mil anos, o andar ereto passa a predominar nesse ramo da família dos primatas e com isso as mãos se tornam livres para executarem diversas tarefas, para potencializar essa habilidade, iniciou-se o desenvolvimento do maior diferencial dessa família, o cérebro.

3,0 milhões de anos atrás

Os primatas de 3 milhões de anos atrás foram sujeitos a diversos tipos de ambientes, conforme a região em que estavam habitando, eram obrigados a se adaptar há um estilo de vida diferente e se adaptaram muito bem a esses outros ambientes. Cada hominídeo então começou a evoluir de forma distinta, proporcionando assim pela primeira vez no planeta a existência de várias espécies de hominídeos ao mesmo tempo.

2,5 milhões de anos atrás

Durante o processo de adaptação ao meio ambiente, as espécies acabam trilhando caminhos específicos, se generalizando e estando preparados para diversas situações (porém sem conseguir aproveitar todas as oportunidades oferecidas pela natureza, estando assim sujeitos a dificuldades que poderiam levar a extinção) ou então se especializando e tirando o máximo proveito de um determinado recurso da natureza (porém quando este recurso se tornava escasso, a espécie passava por imensas dificuldades que também poderiam levar a extinção). Há 2,5 milhões de anos atrás a África possuía diversos hominídeos enfrentando diferentes situações.

2,0 milhões de anos atrás

Após 5 milhões de anos de evolução, o aparecimento e desaparecimento de várias espécies, surge então dentre os primatas as primeiras espécies do gênero Homo, a qual pertencemos. Nesse período existiam diversas espécies de hominídeos convivendo e competindo por espaço e alimento, gerando conflitos e impulsionando o processo de seleção natural, onde triunfaram novamente as espécies melhores adaptadas, porém desta vez a seleção atuou de forma diferente, sendo determinada pela capacidade intelectual dos seres. O processo de confecção de ferramentas lhes ajudou a se adaptar ao meio, diversas ferramentas foram confeccionadas por diversas espécies, sendo as melhores pertencentes ao gênero Homo, tornando-os assim os melhores sucedidos.

1,8 milhões de anos atrás

Pela primeira vez uma espécie do gênero Homo deixa a África, demonstrando uma habilidade nata para esse gênero em efetuar migrações e se adaptar a novos ambientes, mesmo não conseguindo efetuar longas migrações e sucumbindo ao longo do caminho, ela deixou para a posteridade seu espírito aventureiro. As espécies do gênero Homo que se mantiveram na África continuaram sua estória de sucesso, se impondo sobre as demais espécies e praticamente levando-as a extinção.

1,0 milhões de anos atrás

Após restarem somente espécies de hominídeos do gênero homo, a seleção passou a atuar entre essas espécies, impulsionando-as a novas descobertas. Surge então uma das maiores conquistas da humanidade, o controle do fogo, o qual permitiu preparar melhor os alimentos, iluminação durante os períodos noturnos, aquecimento durante períodos mais frios, entre outras diversas facilidades. Neste contexto há 1 milhão de anos atrás, a migração em grande escala começou, chegando primeiramente ao Oriente médio, em seguida o sul Asiático e sudeste Europeu. Quando essas espécies chegavam em locais novos, ficavam sujeitas a diversos desafios diferentes (ambientais, competições com novas espécies e alimentos), forçando assim a se adaptarem, os levando a evoluir a novos patamares e proporcionando assim o surgimento de novas espécies.

300 mil anos atrás

As diversas espécies de hominídeos existentes continuavam a trilhar seus caminhos evolutivos, desenvolvendo ferramentas, armas e vestimentas cada vez melhores. Seus cérebros já possuíam tamanhos consideráveis, até que surge na África uma espécie nova, com características físicas frágeis, que se destacou por uma qualidade fantástica, a criatividade. Ela foi usada para fazer as coisas que sempre foram feitas a milênios, porém de formas diferentes e a cada resultado bem sucedido, a informação era passada aos descendentes. Sua evolução foi esplêndida, em pouco tempo mudaram a forma de ver o mundo, revolucionaram nas mais diversas áreas e aos poucos conquistaram o mundo, eliminando de forma gradativa todas as dificuldades que encontravam (porém entre essas dificuldades estavam outras espécies de animais e de hominídeos). Essa espécie foi denominada de Homo sapiens, pois "eles já sabiam".

Dessa forma, de mãos dadas com nosso passado, podemos deslumbrar todo o esplendor da criação, entendendo cada passo dessa jornada que levou o macaco ao homem.

Filogenia


Hominini
Panina
Pan

Pan troglodytes (Chimpanzé)


Pan paniscus (Bonobo ou Chimpanzé pigmeu)




Sahelanthropus (Sahelanthropus tchadensis)


Orrorin (Orrorin tugenensis)

Hominina
Ardipithecus

Ardipithecus ramidus


Ardipithecus kadabba



Kenyanthropus platyops

Australopithecus


Australopithecus afarensis


Australopithecus africanus


Australopithecus anamensis


Australopithecus bahrelghazali


Australopithecus deyiremeda


Australopithecus garhi


Australopithecus prometheus


Australopithecus sediba


Paranthropus

Paranthropus aethiopicus


Paranthropus boisei


Paranthropus robustus


Homo

Homo rudolfensis


Homo habilis


Homo naledi


Homo ergaster


Homo georgicus



Homo erectus



Homo antecessor



Homo cepranensis



Homo heidelbergensis




Homo floresiensis




Homo neanderthalensis




Homo denisovensis nomem dubium




Homo rhodesiensis




Homo sapiens






Lista de Espécies catalogadas por ordem alfabética

Ardipithecus kadabba
Ardipithecus ramidus
Australopithecus afarensis
Australopithecus africanus
Australopithecus anamensis
Australopithecus bahrelghazali
Australopithecus deyiremeda
Australopithecus garhi
Australopithecus prometheus
Australopithecus sediba
Homo antecessor
Homo cepranensis
Homem de Denisova
Homo erectus
Homo ergaster
Homo floresiensis
Homo georgicus
Homo habilis
Homo heidelbergensis
Homo luzonensis
Homo naledi
Homo neanderthalensis
Homo rudolfensis
Homo sapiens
Kenyanthropus platyops
Orrorin tugenensis
Paranthropus aethiopicus
Paranthropus boisei
Paranthropus robustus
Sahelanthropus tchadensis