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Período Jurássico: A Diversificação dos Dinossauros

Introdução

O Período Jurássico é a segunda divisão da Era Mesozóica, estendendo-se aproximadamente de 201,3 milhões a 145 milhões de anos atrás. Intercalado entre o Triássico (antes) e o Cretáceo (depois), o Jurássico foi uma época de grande diversificação biológica e transformações paleoambientais. Durante esse intervalo ocorreram importantes radiações de répteis, especialmente os dinossauros, além do auge de grandes coníferas, o surgimento e expansão de diversas faunas marinhas e a formação de bacias sedimentares que preservaram fósseis essenciais para a compreensão da evolução terrestre e marinha.

No início do Jurássico, o supercontinente Pangeia continuava a fragmentar-se; a deriva continental abriu novos mares internos e margens costeiras, alterando correntes oceânicas e climas regionais. Em geral, o clima jurássico foi mais quente e com menor variação térmica entre as latitudes do que o atual, favorecendo florestas extensas e ecossistemas produtivos. Episódios de elevação do nível do mar e variações no regime de precipitação influenciaram a distribuição de ambientes costeiros, estuários e bacias continentais onde os organismos se diversificaram.

O registro fossilífero jurássico é crucial para entender a evolução dos dinossauros, a origem das aves e a história das faunas marinhas mesozóicas. Formações bem conhecidas (por exemplo, a Formação Morrison na América do Norte e as camadas jurássicas da China e da Europa) forneceram esqueletos completos, pegadas e evidências de comportamento que revelam ecologias complexas. O Jurássico, portanto, representa uma etapa-chave na história da vida, marcada por inovação evolutiva e pela consolidação de comunidades que dominariam grande parte do Mesozóico.


Paleoartes:

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Jurássico Inferior (201,3 milhões a 174 milhões de anos atrás)

O Jurássico Inicial começou logo após uma grande crise de extinção no final do Triássico, que eliminou muitos grupos, abrindo nichos ecológicos. Neste subperíodo houve uma rápida radiação dos dinossauros, com grupos terópodes carnívoros e sauropodomorfos gigantes tornando-se dominantes em ambientes terrestres. As faunas marinhas também se recuperaram: amonites e belemnitos diversificaram-se, e peixes ósseos e tubarões preencheram ecologias variadas. As primeiras coníferas modernas e ciclos de vegetação lenhosa proliferaram, fornecendo alimento e abrigo para herbívoros.


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Jurássico Médio (174 milhões a 163 milhões de anos atrás)

No Jurássico Médio observamos um florescimento da diversidade: os sauropodes alcançaram grande tamanho e ampla distribuição, enquanto os terópodes exibiram variações morfológicas que anteciparam formas mais especializadas. A vida marinha apresentou récifes, poliplos e foraminíferos bentônicos ricos, e as ammonites continuaram como importantes fósseis-indicadores. Tecnicamente, muitas das formações rochosas mais ricas em fósseis de dinossauros pertencem a essa época. Paleoclimaticamente, regiões tropicais e subtropicais mantiveram climas úmidos com vegetação densa; regiões mais altas e interiores podiam ser mais sazonais.


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Jurássico Final (163 milhões a 145 milhões de anos atrás)

O Jurássico Final caracteriza-se pela consolidação de linhas evolutivas e pelo aparecimento de formas cada vez mais modernas. Diversos grupos de dinossauros continuaram a diversificar, incluindo terópodes que exibem características proximais às aves (plumas e estruturas ósseas especializadas). Nos mares, répteis marinhos como ictiossauros e plesiossauros dominaram nichos predatórios, enquanto recifes e comunidades bentônicas permaneceram ricas. No fim do Jurássico abrem-se caminhos para as transformações que se consolidariam no Cretáceo: mudanças nas configurações continentais e em padrões climáticos que reorganizariam ecossistemas terrestres e marinhos.

Espécies Catalogadas desse Período

Referências:

  • - C. Michael Hogan. 2010. Fern. Encyclopedia of Earth. National council for Science and the Environment. Washington, DC..
  • - http://www.stratigraphy.org.
  • - Wilton, Mark P. (2013). Pterosaurs: Natural History, Evolution, Anatomy. Princeton University Press. ISBN 0691150613.