Introdução

O Porco Terrível ou Dente Terrível ou ainda Daeodonte (Daeodon shoshonensis) é um gênero extinto de ungulados artiodáctilos do mesmo grupo dos porcos (†Entelodontidae), que viveu na América do Norte entre aproximadamente 29 e 15,97 milhões de anos atrás, do Oligoceno inicial ao Mioceno inicial.

Etimologia

O nome Daeodon deriva do grego daios (“hostil” ou “terrível”) e odon (“dente”), significando "dente terrível". O gênero foi descrito pelo paleontólogo Edward Drinker Cope, em 1878, inicialmente classificado de forma equivocada como perissodáctilo. Inicialmente essa espécie foi classificada como Dinohyus hollandi, onde Dinohyus vem do grego deinos (δεινός) que significa “terrível” ou “poderoso”, e hys (ὗς) que significa “porco”. Portanto, o nome do gênero significa literalmente “porco terrível” ou “porco poderoso”, tornando a espécie famosa com essa tradução. O epiteto específico hollandi é em homenagem a William Jacob Holland (1848–1932), um paleontólogo e diretor do Carnegie Museum of Natural History, que teve grande importância na divulgação e no estudo de fósseis norte-americanos na época.

Descrição

O Porco Terrível, espécie-tipo do gênero, possuía cerca de 1,80 m de altura nos ombros e 3 metros de comprimento, com o crânio medindo aproximadamente 90 cm de comprimento. Estima-se que grandes machos pesassem pelo menos 750 kg. Seu corpo era adaptado para locomoção em ambientes abertos, com membros longos e esguios, ossos fundidos na parte inferior das pernas e apenas dois dedos em cada pé. A cabeça era grande e pesada, sustentada por músculos e ligamentos presos a espinhas neurais alongadas das vértebras torácicas, semelhante ao que ocorre com bisões e rinocerontes-brancos modernos. Seus dentes e mandíbula indicam uma dieta onívora, capaz de triturar ossos e carne, mas também de consumir raízes, nozes e vegetação variada.

Essa espécie é considerada o maior entelodonte já conhecido, atuando tanto como um predador de velocidade moderada, capaz de perseguir presas por curtas e médias distâncias, quanto como um necrófago oportunista, além de também apresentar hábitos onívoros.

Descoberta

O holótipo do Daeodon shoshonensis, composto por um fragmento de mandíbula inferior, foi encontrado na Formação John Day, no estado de Oregon, EUA. Desde sua descrição, diversas espécies atribuídas ao gênero foram reclassificadas ou sinonimizadas, incluindo Dinohyus hollandi e Ammodon leidyanum. Fósseis bem preservados foram descobertos principalmente no Agate Fossil Beds National Monument, em Nebraska, um importante sítio do Mioceno inicial.

Classificação

O Daeodon shoshonensis pertence a ordem Artiodactyla e família †Entelodontidae, parente próximos das espécies Archaeotherium mortoni e Entelodon magnus.