
Baurutitan
(Baurutitan britoi)



Paleoartes:
- AVPHIntrodução
O Baurutitan (Baurutitan britoi) foi um dinossauro saurópode da família dos titanossaurídeos que viveu no final do período Cretáceo (Maastrichtiano), há aproximadamente entre 72 e 66 milhões de anos, na região sudeste do Brasil. Foi um dos últimos saurópodes a habitar o território que hoje corresponde à América do Sul, coexistindo com outros dinossauros em ambientes de planícies e lagos intermitentes.
Etimologia
O nome Baurutitan deriva da junção de "Bauru", em referência à Formação Bauru onde os fósseis foram encontrados, e "titan", alusão aos titãs da mitologia grega, conhecidos por sua força e tamanho gigantesco. O epíteto específico britoi homenageia o paleontólogo brasileiro Ignácio Aureliano Machado Brito (1938–2001), que contribuiu significativamente para os estudos paleontológicos no Brasil e orientou os autores da descrição formal do animal.
Descrição
O Baurutitan foi um dinossauro herbívoro de grande porte, com cerca de 12 a 14 metros de comprimento, altura aproximada de 3,5 metros e peso estimado em até 13 toneladas. Como outros titanossaurídeos, possuía corpo robusto, pescoço e cauda longos e uma postura quadrúpede. As vértebras caudais, bem preservadas no holótipo, possuem características únicas que o distinguem de outros gêneros, como os processos transversos alongados e morfologia específica do centro vertebral. A estrutura corpórea indica que o Baurutitan era adaptado para uma locomoção estável e eficiente em ambientes abertos e possivelmente secos.
Descoberta
Os primeiros fósseis foram descobertos em 1957 por Llewellyn Ivor Price, um dos mais importantes paleontólogos brasileiros, na região de Peirópolis, no município de Uberaba, Minas Gerais. A descoberta foi feita na antiga pedreira Caieira, pertencente à Formação Marília, que integra o Grupo Bauru. Os restos consistem em uma série de 19 vértebras (uma sacral e 18 caudais), que foram armazenadas no acervo do Museu de Ciências da Terra (MCT) do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), no Rio de Janeiro. Apesar de terem sido descobertos nas décadas de 1950 e 1960, os fósseis só foram formalmente descritos em 2005 pelos paleontólogos Alexander W. A. Kellner, Diogenes de Almeida Campos e Marcelo N. F. Trotta.
Classificação
O Baurutitan britoi pertence à superfamília Titanosauria, dentro do clado Lithostrotia, um grupo de saurópodes mais derivados e com ampla distribuição no Gondwana. Em análises filogenéticas recentes, foi posicionado dentro do clado Aeolosaurini, um subgrupo da Rinconsauria, o que o aproxima de gêneros como Gondwanatitan, Aeolosaurus e Uberabatitan. Estudos realizados posteriormente chegaram a sugerir que o gênero Trigonosaurus poderia ser sinônimo de Baurutitan, embora essa hipótese ainda seja debatida entre os paleontólogos.
Dados do Dinossauro:
- Nome: Baurutitan
- Nome Científico: Baurutitan britoi
- Época: Cretáceo
- Local onde viveu: Brasil
- Peso: Cerca de 13 toneladas
- Tamanho: 3,5 metros de altura e 14 metros de comprimento
- Alimentação: Herbívora
Classificação Científica:
- Reino: Animalia
- Filo: Chordata
- Classe: Reptilia
- Superordem: Dinosauria
- Ordem: Saurischia
- Subordem: Sauropodomorpha
- Família: †Titanosauridae
- Gênero: †Baurutitan
- Espécie: †Baurutitan britoi Kellner et al., 2005.
Referências:
- - Alexander Wilhelm Armin Kellner, Diogenes de Almeida Campos, Marcelo N.F. Trotta (2005). Description of a Titanosaurid Caudal Series from The Bauru Group, Late Cretaceous of Brazil. Arquivos do Museu Nacional, Rio de Janeiro, 63: 529–564.