Introdução

O Argentinossauro (Argentinosaurus huinculensis) foi um dos maiores dinossauros que já existiram. Viveu há aproximadamente entre 97 e 94 milhões de anos, durante o período Cretáceo, na região da Patagônia Argentina, onde atualmente está localizada a província de Neuquén.

Etimologia

O nome Argentinosaurus significa “lagarto argentino”, uma referência ao país onde seus fósseis foram descobertos. O epíteto huinculensis homenageia a cidade de Plaza Huincul, local próximo à descoberta dos fósseis originais.

Descrição

Os Argentinossauros pertenciam ao grupo dos saurópodes, dinossauros herbívoros de pescoço longo, cauda longa e corpo maciço. Estima-se que alcançavam 30 a 35 metros de comprimento, cerca de 20 metros de altura e um peso de 65 a 90 toneladas, sendo possivelmente o maior animal terrestre conhecido.

Seus ossos apresentavam cavidades pneumáticas, o que ajudava a reduzir o peso da estrutura corporal. As vértebras dorsais podiam medir até 1,59 metros de altura, e o fêmur atribuído à espécie alcança cerca de 2,57 metros de comprimento. A pelve tinha aproximadamente 2,7 metros de largura.

Sua locomoção era lenta, com velocidade estimada de 7 a 8 km/h. Modelagens computacionais indicam que possuía uma marcha estável, movimentando simultaneamente os membros do mesmo lado do corpo, com um limite funcional de velocidade devido ao seu tamanho colossal.

Era um dinossauro ovíparo, com ovos de aproximadamente 22 centímetros de diâmetro, e os filhotes nasciam com apenas 5 kg de peso, tendo que crescer até 25 mil vezes seu tamanho original. A alimentação era exclusivamente herbívora, baseada em coníferas, cicadáceas e outras plantas do ambiente. Acredita-se que, devido ao seu enorme tamanho, era necessário manter o alimento no sistema digestivo por longos períodos para extrair o máximo de energia possível.

Descoberta

Os primeiros fósseis do Argentinossauro foram encontrados em 1987, por Guillermo Heredia, um fazendeiro da região de Plaza Huincul. Ele inicialmente pensou que se tratavam de troncos petrificados, mas ao perceber a natureza óssea dos fragmentos, notificou o Museu Carmen Funes, localizado na mesma cidade.

A escavação oficial foi conduzida em 1989 por José Bonaparte e sua equipe, incluindo o paleontólogo Rodolfo Coria, e resultou na descoberta de vértebras dorsais, costelas, parte do sacro, tíbia (posteriormente identificada como fíbula) e outros elementos. A espécie foi formalmente descrita e nomeada em 1993 como Argentinosaurus huinculensis.

Esses fósseis foram encontrados na Formação Huincul, uma formação geológica da Bacia de Neuquén, rica em fósseis de dinossauros, e onde também foram encontrados restos do Mapusaurus, um dos possíveis predadores do Argentinossauro.

Classificação

O Argentinosaurus huinculensis pertence à família Titanosauria, um clado de saurópodes que dominou o hemisfério sul durante o Cretáceo. Mais especificamente, ele faz parte do grupo Lognkosauria, onde está relacionado a outros gigantes sul-americanos como Futalognkosaurus, Patagotitan, Puertasaurus e Mendozasaurus.

Estudos recentes indicam que seu tamanho extraordinário pode ter sido favorecido por uma combinação de fatores evolutivos, como crescimento rápido, postura quadrúpede eficiente, ausência de mastigação e reprodução com muitos filhotes.