Introdução

O Paquicefalossauro (Pachycephalosaurus wyomingensis) foi um dinossauro herbívoro que viveu durante o período Cretáceo Superior, há cerca de 66 milhões de anos, nas regiões que atualmente correspondem ao oeste da América do Norte. Seus fósseis foram encontrados principalmente nos Estados Unidos e no Canadá, incluindo os estados de Montana, Dakota do Sul e Wyoming, bem como na província canadense de Alberta. Este dinossauro bípede é famoso por possuir uma das estruturas cranianas mais espessas entre todos os dinossauros conhecidos.

Etimologia

O nome Pachycephalosaurus vem do grego: pachys ("espesso"), kephale ("cabeça") e sauros ("lagarto"), significando “lagarto de cabeça espessa”. O epíteto específico wyomingensis faz referência ao estado americano de Wyoming, onde parte dos fósseis foi encontrada.

Descrição

O Pachycephalosaurus media aproximadamente 4,5 metros de comprimento e pesava entre 370 e 450 kilogramas. Era um dinossauro bípede, com pernas longas e fortes, braços curtos com mãos de cinco dedos, corpo robusto e uma cauda rígida que provavelmente ajudava no equilíbrio. Sua característica mais marcante era o crânio em forma de cúpula, com até 25 cm de espessura, adornado por pequenos nódulos ósseos na parte de trás e espinhos rombudos no focinho.

A cabeça curta, com olhos grandes voltados para a frente, sugere que ele possuía visão binocular. Seus dentes eram pequenos e com formato de folhas, ideais para cortar vegetação. Acredita-se que se alimentava de folhas, frutas e sementes.

Embora por muito tempo se pensasse que o crânio espesso servisse para disputas de dominação por meio de cabeçadas, semelhante ao comportamento de carneiros, essa teoria foi questionada por estudos mais recentes. Isso porque a forma arredondada do topo do crânio tornaria os impactos frontais perigosos, podendo ferir olhos e focinho. Atualmente, sugere-se que, se ocorressem disputas, os impactos visariam áreas como o flanco ou o peito do oponente, causando desequilíbrio sem lesões fatais.

Descoberta

Os primeiros restos atribuíveis ao Paquicefalossauro podem ter sido encontrados ainda na década de 1850. No entanto, o reconhecimento oficial da espécie ocorreu somente em 1931, quando Charles W. Gilmore descreveu um crânio parcial como Troodon wyomingensis. Em 1943, Barnum Brown e Erich Maren Schlaikjer estabeleceram o gênero Pachycephalosaurus, com base em crânios mais completos, e transferiram a espécie para o novo gênero, nomeando também outras espécies que mais tarde seriam consideradas sinônimos de P. wyomingensis.

Fósseis atribuídos ao gênero foram encontrados em formações geológicas como a Hell Creek, Lance e Scollard. Esses fósseis incluem principalmente crânios ou partes da cabeça, o que contribui para a limitação no conhecimento do resto do esqueleto desse animal.

Classificação

Pachycephalosaurus wyomingensis pertence à família Pachycephalosauridae (Paquicefalossaurídeos), dentro do grupo Ornithischia, o mesmo que inclui os ceratopsianos e os hadrossauros. É considerado o maior e mais conhecido representante do clado Pachycephalosauria.

A taxonomia do grupo gerou debates, especialmente em relação a gêneros como Stygimoloch e Dracorex. Muitos paleontólogos defendem que esses dois representam estágios juvenis ou subadultos do próprio Pachycephalosaurus, baseando-se em estudos de desenvolvimento craniano que mostram que os espinhos e a cúpula mudavam com a idade. No entanto, algumas análises mais recentes ainda consideram Stygimoloch como um gênero válido, embora haja consenso crescente de que Dracorex seja apenas uma forma jovem de um dos dois.