
Berthasaura
(Berthasaura leopoldinae)


Paleoartes:
- AVPHAnimação
Introdução
O Berthassaura (Berthasaura leopoldinae) foi um pequeno dinossauros brasileiro terópode que viveu há aproximadamente entre 121 e 100 milhões de anos, durante o Cretáceo Inferior (idades Aptiano e Albiano), na região sul do Brasil, especificamente no atual estado do Paraná. Essa espécie chamou a atenção da paleontologia mundial por ser o primeiro ceratossauro edêntulo (sem dentes) descoberto na América do Sul e por apresentar características anatômicas que sugerem adaptações alimentares incomuns para o grupo a que pertence
Etimologia
O nome do gênero Berthasaura é uma homenagem à cientista e ativista Bertha Maria Júlia Lutz, reconhecida por sua atuação política e social em defesa dos direitos das mulheres no Brasil. O sufixo “saura” deriva do grego sauros, que significa “lagarto”. O epíteto específico leopoldinae homenageia a imperatriz Maria Leopoldina, esposa de Dom Pedro I e figura central no processo de independência do Brasil
Descrição
O Berthassaura era um dinossauro de pequeno porte, com menos de 1 metro de comprimento no holótipo, provavelmente um jovem subadulto, e não deveria ultrapassar 1,20 metro de comprimento e cerca de 0,90 metro de altura quando adulto. Estima-se que pesasse menos de 15 kg.
Ao contrário da maioria dos noassaurídeos, possuía crânio frágil, ausência de dentes em todos os estágios ontogenéticos e provavelmente um bico córneo. Essa condição edêntula o aproxima de outros dinossauros herbívoros ou onívoros, como ornitomimossauros, oviraptorossauros, terizinossauros e até de seu parente asiático Limusaurus, que também perdeu os dentes ao longo do desenvolvimento. No entanto, como não foram encontrados gastrolitos ou indícios isotópicos associados ao espécime, os paleontólogos preferem atribuir-lhe uma dieta onívora, com possível tendência herbívora. Seu bico teria sido útil tanto para cortar vegetação rasteira em um ambiente desértico, como para consumir pequenos animais ou insetos
Descoberta
O holótipo (MN 7821-V), praticamente completo, inclui crânio incompleto, mandíbula, vértebras cervicais, dorsais, sacrais, caudais, ossos da cintura escapular e pélvica, além de membros anteriores e posteriores. Foi escavado entre 2011 e 2015 no sítio conhecido como “Cemitério dos Pterossauros”, localizado em Cruzeiro do Oeste, no Paraná, em afloramentos atribuídos à Formação Goio-Erê (Grupo Caiuá, Bacia Bauru). Esse sítio representa um paleoambiente desértico do Cretáceo Inferior, caracterizado por dunas eólicas e habitado também por pterossauros (Caiuajara, Keresdrakon), lagartos como Gueragama e outros dinossauros como Vespersaurus
O fóssil foi descrito em 2021 por uma equipe de paleontólogos liderada por Geovane Alves de Souza, Marina Bento Soares, Luiz C. Weinschütz, Everton Wilner, Ricardo T. Lopes, Olga M. de Araújo e Alexander W. A. Kellner, com a publicação ocorrendo na revista Scientific Reports.
Classificação
O Berthasaura pertence ao clado Theropoda, ordem Ceratosauria, família Noasauridae, sendo considerado o representante mais basal do grupo. Sua condição edêntula o diferencia da maioria dos demais membros da família e o torna um dos poucos exemplos de convergência evolutiva no desenvolvimento de bicos córneos dentro dos terópodes.
Dados do Dinossauro:
- Nome: Berthassaura
- Nome Científico: Berthasaura leopoldinae
- Época: Cretáceo
- Local onde viveu: Brasil
- Peso: Cerca de 15 quilogramas
- Tamanho: 0,90 metros de altura e 1,20 metro de comprimento
- Alimentação: Onívora
Classificação Científica:
- Reino: Animalia
- Filo: Chordata
- Classe: Reptilia
- Superordem: Dinosauria
- Ordem: Saurischia
- Subordem: Theropoda
- Família: †Noasauridae
- Gênero: †Berthasaura
- Espécie: †Berthasaura leopoldinaede Souza et al., 2021.
Referências:
- - de Souza, Geovane Alves; Soares, Marina Bento; Weinschütz, Luiz Carlos; Wilner, Everton; Lopes, Ricardo Tadeu; de Araújo, Olga Maria Oliveira; Kellner, Alexander Wilhelm Armin (18 de novembro de 2021). «The first edentulous ceratosaur from South America». Scientific Reports (em inglês) (1). 22281 páginas. ISSN 2045-2322. doi:10.1038/s41598-021-01312-4.