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Mata mata


   A Mata mata é uma tartaruga semi-aquática originária da América do Sul, que vive especificamente na região amazônica, sua carapaça, cabeça triangular e membros possuem uma ótima camuflagem, dando uma aparência similar a de folhas e pedras, possuí diversas franjas na cabeça muito similares a vermes, essas franjas foram responsáveis pela origem de seu nome científico Chelus fimbriatus, que em latim significa Tartaruga franjada ou ornamentada. Seu nariz é bem comprido e pontudo. Sua carapaça possuí 3 quilhas longitudinais, com uma coloração marrom escura ou clara, o plastrão é um pouco mais claro e mais colorido, com placas escuras e linhas claras nas separações das placas. Suas patas são extremamente fortes e largas e seus olhos são pequenos e muito sensíveis, proporcionado uma visão bem fraca. O pescoço é maior do que a coluna vertebral e apresenta uma franja lateral constituída de pequenas barbelas em cada lado. Nos indivíduos adultos, a cabeça, pescoço, bordas laterais e cauda possuem coloração marrom-acinzentada. Apresenta a carapaça com largura maior do que o comprimento. Vivem aproximadamente 35 anos e atingem um comprimento médio de 50 centímetros.

    Habitam a região norte do Brasil, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana, Guiana Francesa e Suriname. Encontra comumente em rios e lagos de correntes lentas, com bastante vegetação e fundo lodoso. É comumente encontrada nos Rios Amazonas e Orinoco. Prefere rios de água escura e de pouca correnteza, lagos de água barrenta e estagnada, ou até mesmo pântanos. Tem o hábito de permanecer escondido a uma profundidade que lhe permita posicionar seu focinho tubular um pouco acima da superfície da água para respirar, podendo reter o ar por longos períodos de tempo, o que lhe permite ficar imóvel no fundo, imitando uma pequena rocha coberta por algas. Sua estrutura bizarra proporciona facilidade para a adesão de algas, que grudam em sua carapaça melhorando a camuflagem e facilitando a captura do alimento, fazendo desse animal um predador de emboscada. A imagem abaixo mostra ás áreas de ocorrência natural desta espécie:

    Não é fácil de realizar o dismorfismo sexual nesta espécie, nos machos pode se observar um plastrão um pouco mais convexo, as fêmeas são um pouco maiores e a base da cauda dos machos é um pouco mais larga. A reprodução não é de difícil ocorrência, a desova ocorre de outubro a dezembro e é composta normalmente de 10 a 28 ovos esféricos de casca dura e bastante áspera, com 3,5 centímetros de diâmetro aproximadamente. Os ovos são enterrados de uma só vez nas beiras de rios e lagos em locais de ocorrência de espinhos, pedras e folhas, em cativeiro recomenda-se o uso de vermiculita. A temperatura de incubação deve ser mantida entre 25 e 29 °C e o período de incubação é de 180 a 205 dias. As tartaruguinhas nascem com cerca de 4 a 5 centímetros de comprimento e possuem colorações amareladas ou alaranjadas. Atingem a maturidade sexual aos 5 anos de idade aproximadamente.

   Esta espécie é muito procurada por criadores amadores e por zoológicos, por causa de sua aparência e pela exigências modestas para ser mantida em cativeiro. Tornando-a uma espécie muito caçada e comercializada ilegalmente. Para se manter adequadamente está espécie em cativeiro, deve-se possuir um grande aquaterrario com 80% de água, o fundo deve ser de arenoso e deve-se colocar bastante vegetação aquática. A temperatura ideal deve variar entre 23 e 26 °C e elas não devem hibernar nunca. Não há problemas em se manter mais de um exemplar no mesmo recinto, porém deve sempre haver bastante espaço para os animais. Permanece a maior parte do tempo no fundo do aquário, saindo apenas para caçar, pois não costumam sair para tomar sol, saindo apenas para desovar e trocar de habitat. A parte com água deve possuir pelo menos uns 50 centímetros de profundidade, porém não devem exceder muito essa profundidade, pois não são boas nadadoras. Deve-se ter um grande cuidado ao manter-se essa espécie em cativeiro, pois são extremamente agressivas.

    Sua alimentação é basicamente carnívora e sua camuflagem auxilia na captura de peixes, crustáceos e insetos aquáticos, os quais são a base de sua dieta alimentar. Em cativeiro aceita bem alimentos mortos, carne moída e rações, porém dá maior preferência por alimentos vivos. Possuí um sistema de caça sofisticado, além de sua fantástica camuflagem, ela se enterra parcialmente no fundo e quando um peixe se aproxima atraído pelos seus apêndices, ela o suga para dentro da boca rapidamente. Possuem tímpanos em ambos os lados da cabeça que detectam vibrações na água e localizam precisamente suas presas. Na falta de alimentos de origem animal, podem se alimentar de plantas aquáticas. Apesar de não existir subespécies nesta espécie, existem variações de cores, como está abaixo de coloração esverdeada.


Dados do Quelônio:
Nome: Mata mata
Nome Científico: Chelus fimbriatus
Época: Holoceno
Local onde Vive: América do Sul
Peso: Cerca de 15 quilogramas
Tamanho: 50 centímetro de comprimento
Alimentação: Onívora

Classificação científica:
Filo: Chordata
Sub-Filo: Vertebrata
Classe: Reptilia
Sub-Classe: Anapsida
Ordem: Chelonia
Subordem: Pleurodira
Família: Chelidae
Gênero: Chelus
Espécie: Chelus fimbriatus Schneider, 1783.

Referências:
- Duméril, A.M.C. 1806. Zoologie Analytique, ou Méthode Naturelle de Classification des Animaux. Paris: Perronneau, 344 pp.
- Schneider, J.G. 1783. Allgemeine Naturgeschichte der Schildkröten, nebst einem Systematischen Verseichnisse der einzelnen Arten. Müller, Leipzig. xlviii + 364 p.
- Turtle Taxonomy Working Group [van Dijk, P.P., Iverson, J.B., Rhodin, A.G.J., Shaffer, H.B., and Bour, R.]. 2014. Turtles of the world, 7th edition: annotated checklist of taxonomy, synonymy, distribution with maps, and conservation status. In: Rhodin, A.G.J., Pritchard, P.C.H., van Dijk, P.P., Saumure, R.A., Buhlmann, K.A., Iverson, J.B., and Mittermeier, R.A. (Eds.). Conservation Biology of Freshwater Turtles and Tortoises: A Compilation Project of the IUCN/SSC Tortoise and Freshwater Turtle Specialist Group.


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